Postado por: Felipe Matos junho 06, 2010

Antes de falarmos sobre este último ato pré-Copa do Mundo e a perda da invencibilidade na Ressacada, vou abrir um parêntese para falarmos um pouquinho de Rudnei da Rosa, o popular Buia.

Rudnei é um fenômeno: Nos 22 anos que freqüento a Ressacada já vi jogador ser vaiado pelo estádio inteiro e já vi jogador ser aplaudido de pé, mas nunca tinha visto um jogador ser vaiado por um setor e ser aplaudido pelo setor vizinho como presenciei neste sábado.

Cria da Coloninha, atleta profissional formado nas categorias de base do Figueirense, time pelo qual torcia quando não-profissional, Rudnei chegou na Ressacada coberto de desconfiança, com rótulos negativos como "cria das Barbies, cachaceiro, pagodeiro", frequentador assíduo dos bares da Trindade, mesmo quando não jogava mais em Florianópolis, por aí vai.

Nos últimos jogos, caracterizou-se pelos erros de passe que criavam os contra-ataques mais perigosos dos times adversários. No entanto, na partida de ontem, foi o jogador que mais acertou passes (50, o que demonstra que foi o que menos "se escondeu em campo" e quis jogo, deu a cara a tapa), foi o jogador que mais finalizações certas executou (2), deu carrinho, se apresentou para o chute, se desesperou com lances errados e entre vaias e aplausos, teve seu nome ovacionado por uma parte da torcida.

É um grande jogador? Não. É um pereba? Não. É capaz de desequilibrar uma partida? Não. A queda de rendimento do time é apenas sua culpa? Não. Foi o melhor em campo contra o Fluminense? Não. Foi o pior? Longe disso. Rudnei é essa mistura de coisas boas e ruins, é uma roda-viva, cheia de altos e baixos, às vezes é tudo ao mesmo tempo, numa só partida, faz o nosso gol e dá o passe para o gol adversário.

Nem Deus, nem Diabo, nem craque, nem pereba. Suas melhores exibições no Avaí foram nos Clássicos, onde respondeu ao time que o criou e pelo qual torcia que não deveriam ter dado as costas à ele. Mas, como não dar as costas a um jogador que não é fora de série e ainda criava complicações extra-campo? Nem Figueira, nem Avaí, hoje Rudnei defende a si mesmo, sua família e seu nome.

Por errar muito, pedimos "fora Rudnei". Contra o Ceará, Batista foi pior do que ele. Rudnei é um paradoxo, que a gente não sabe se vaia ou aplaude. Na dúvida, vaiamos e aplaudimos. Pela Raça de ontem, valeu o aplauso.

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