Postado por: Eduardo Roberge Goedert fevereiro 23, 2010

Na Era Silas, utilizou-se, predominantemente, um esquema com dois volantes, dois meias e dois atacantes, o popular 4-2-2-2. A formação em questão foi herdada do time de Sérgio Ramirez, técnico anterior ao maestro do acesso, e se mostrou a mais acertada para os times de 2008 e início de 2009.

No entanto, o insucesso do Avaí no princípio do certame nacional do ano passado fez com que o técnico Silas repensasse o esquema de jogo. As pressões da torcida e mídia por um time mais cauteloso deram resultado, e a virada avaiana veio com o 3-6-1, formação raramente adotada, mas que serviu maravilhosamente aos nossos propósitos. Afinal, não existe um esquema mágico que chega invariavelmente à vitória, mas a necessidade (precisamos atacar, defender, rodar a bola?) e a possibilidade (que jogadores nós temos disponíveis e quais as aptidões de cada um?) é que determinam a melhor formação a ser adotada.

Péricles Chamusca, no entanto, não pareceu ponderar suas necessidades e possibilidades. Curiosamente, antes mesmo de conhecer o time que regeria, adiantou aos órgãos de imprensa que manteria o exótico esquema de três zagueiros e um atacante fixo, contrariando a máxima de que a formação é que deve se adequar ao time, e não o contrário. Não eram as mesmas peças, tampouco os mesmos adversários: Todavia, julgou-se, inexplicavelmente, que deveria permanecer o mesmo esquema.

E este 3-6-1 de Chamusca, no qual os jogadores são encaixados, não consegue convencer. É uma tentativa frustrada de imitação da equipe de 2009. Não há, no atual time, um segundo-volante de qualidade técnica como Gago, capaz de partir à frente quando possível (quem sabe Batista ou Frédson); Róbson não preenche o meio-ataque de forma tão dinâmica quanto Muriqui, possibilitando a constante variação para o 3-5-2; Leonardo, ao contrário de William, não tem como modus operandi travar uma exaustiva briga solitária contra a defesa adversária; Davi não é capaz de criar chances aos poucos homens de frente como era Marquinhos.

Não se quer, aqui, demonstrar a menor qualidade dos atuais jogadores, mas sim evidenciar que estes possuem características, qualidades e defeitos diferentes das peças de 2009, devendo ser utilizados em campo conforme demandam suas reais aptidões.

Que se adote, no segundo turno, uma formação pertinente às características do atual grupo, sem se prender ao glorioso - porém pretérito - esquema de Silas!

(Post aproveitando a onda levantada pelo Felipe no excelente "Papo de Botequim - 3-5-2, 3-6-1, 4-4-2?")

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