Postado por: Felipe Matos janeiro 20, 2010

Inspirado na seção quase homônima da Revista Placar, vamos fazer uma brincadeira e transformá-la na seção “O manezinho mais irado da cidade”, aquele que diz as (supostas) verdade sem calo na língua, populista, sem medo de ser politicamente incorreto ou querer agradar gregos e troianos! Na sessão de estréia, só para esquentar, um assunto fácil de malhar: o horário absurdo do futebol!

Jogos começando às 22 horas são bons apenas para a televisão. Mas, e nós, torcedores, consumidores de um produto, que pagamos (cada vez mais) caro por ele, como ficamos? E, no caso dos avaianos, que hora chegaremos em casa se o jogo começa as 22 horas e depois pegamos a bicha do trevo da Seta? E quase nunca é uma bichinha! Se a Diretoria brigou tanto para aumentar o valor das mensalidades, não pode brigar para que as partidas fossem num horário humanamente viável? Sentem-se pequenos para brigar contra a novela e o BBB? Pois, a culpa são dos clubes, que acham que valorizar o futebol é aumentar preço de ingressos e das mensalidades! Acorda pra vida, mô quirido! São uns mazanzas!

Na hora de negociarem com a televisão, os clubes e seus representantes pensam pequeno, são tacanhos, tem complexo de inferioridade, não sabem o real valor do produto rentável que tem em mãos e engolem qualquer merreca. O fato é que jogo às 22 horas só é bom para a TV, que não faz grandes alterações em sua grade de programação, passa a novela, o BBB, vende mais pacotes na TV fechada e ainda paga uma merreca de cota para os clubes, como o caso da RBS que fatura alto e dá muito pouco em troca.


Embora os valores tenham aumentado nos últimos anos, esse aumento se deu em virtude da disputa entre RBS X RIC Record e não da boa vontade das empresas e muito menos dos clubes, que ainda não acordaram para o real valor dos seus produtos. O que a RBS paga para alguns clubes do Estado em todo o campeonato, ela arrecada em alguns minutos de propaganda no horário nobre.


Vem cá, agora deixa eu falar! Me focaliza aqui! Sabe quanto a empresa gaúcha paga para ter o direito de explorar e mandar e desmandar em todas partidas? Meros R$1,6 milhão! Não faz nem cosquinha nos cofres! Deste dinheiro, os quatro grandes (Avaí, Joinville, Criciuma e outro que esqueci o nome) ganham ridículos 13%, algo em torno de R$200 mil! Chapecoense, Brusque, Metropolitano e Ibirama ganham meros 9%. Já Imbituba e Juventus recebem irrisórios 6%! Merrecas, não vale a água da louça! R$ 1,6 milhão ela consegue só na cota de churros vendidos no Planeta Atlântida! Agora me diz pra mim, por R$200 mil temos que aguentar humilhações como assistir partidas no meio da semana às 22 horas ou domingo às 19:30? RBS, clubes, Federação, todos fazem de nós - torcedores - palhaços. Mofas!


Todos os clubes, mas especialmente os quatro grandes, como o Avaí (único representante catarinense na Série A e time com maior número de transmissões) acabam decidindo aumentar a conta dos associados ao invés de brigar para aumentar os valores das cotas de TV para o Catarinense. Se o produto que vende é bom – e de fato é – porque só um lado paga a conta? E justamente o lado mais fraco e que sustenta o mercado de futebol: os torcedores. Futebol às 22 horas é um insulto! Se os clubes querem elitizar o futebol para supostamente valorizá-lo, que comecem parando de se prostituir por uma merreca! Tem que acabar o Big Brother para depois a bola rolar? Beleza, tudo bem! Mas, que se vendam caro para quem realmente pode pagar! É calça de veludo ou bumbum de fora!

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