Postado por: Eduardo Roberge Goedert outubro 02, 2009

Muito se festejou, nas últimas semanas, o anúncio de que a L.A. Sports, parceira do Avaí, irá, no próximo ano, investir exclusivamente no time do sul da Ilha, cessando seu vínculo com o Paraná Clube, instituição que recebeu, por algum tempo, o apoio da empresa de Luiz Alberto Oliveira. Pergunto: Será isto motivo para comemoração ou para apreensão?

No ano de 2006, principalmente, o Paraná contou com grande apoio da L.A. Sports. A competência desta empresa em trazer valorosos jogadores ao time paranaense foi determinante para que este alcançasse o título estuadual e uma inédita classificação à Copa Libertadores da América naquele ano. Coisa linda, L.A.!

No ano seguinte, todavia, o projeto paranista não logrou êxito e a equipe amargou o descenso para a Série B do Campeonato Nacional, após ostentar a segunda pior campanha do Brasileirão, à frente, apenas, do América de Natal. E agora, L.A.?

Hoje, após o segundo ano de sofrimento paranista no segundo escalão nacional, onde o tricolor paranaense sequer passou perto do acesso à Primeirona, a L.A. Sports deixa de emprestar seus atletas ao mencionado clube, anunciando que investirá, com exclusividade, no Avaí Futebol Clube. Tal saída, dizem alguns, foi resultado de um longo desgaste com a diretoria, imprensa e torcida da instituição, que acreditavam que o clube era "refém" da parceira e não aceitavam mais a situação. Diz-se, também, que um conflito entre a L.A. e outra parceira do Paraná, a BASE, motivou a retirada da empresa de Oliveira. Outros, no entanto, constataram o óbvio: o cenário naquele clube já não era mais tão favorável para a empresa conquistar seu "faz-me-rir".

Para o ano que vem, o Paraná Clube, outrora a menina dos olhos da L.A. Sports, terá de se virar sozinho. Com a saída da parceira, perderá a maioria dos bons valores que possui no elenco e, a lógica prevê, terá um duríssimo ano de 2010.

Meu intuito, adianto, não é criar polêmicas. Estou satisfeito com o trabalho da L.A. Sports no Avaí e creio que tal parceria foi determinante para nossa empreitada exitosa. O caráter de Luiz Alberto Oliveira parece íntegro, e sua relação com o Presidente Zunino parece sólida. Minha intenção é apenas fazer uma reflexão, como torcedor alviceleste, do que significa o episódio ocorrido entre Paraná e LA Sports, do que podemos tirar de lição deste fim do casamento entre ambos.

A L.A. Sports é empresa privada, e, como tal, objetiva o lucro. E não há nada de errado nisso. A parceria coloca seus jogadores no Avaí porque acredita que aqui valorizarão e serão vendidos por um bom preço. Ou seja, o êxito da L.A. passa pelo êxito do Avaí. Maravilha, né?

Acontece, amigos, que enquanto para o Avaí e sua torcida o sucesso do Leão da Ilha é o fim, para Luiz Alberto e sua empresa o sucesso avaiano é apenas meio. O desejo do empresário de que o Avaí seja forte dura enquanto isso for rentável para ele. A venda dos mais valorizados jogadores é o bom negócio para a parceira, e ela não titubeará em fazê-lo, quando for possível e economicamente interessante. Business is business, e não poderia ser diferente.

Mas o futuro, dizem os sábios, a Deus pertence. E se acontecer o infortúnio de o projeto tão exitoso da nossa diretoria "descambar"? E se acontecer o que ocorreu no Paraná, uma dramática queda vertiginosa do auge para a Segundona? A L.A. Sports, que, com suas grandes contribuições ao Avaí, alcançara altas cifras, continuará investindo no Leão, como uma parceira incondicional? Ou, após um ou dois anos de insucesso, abandonará nosso clube - como fez com o Paraná -, tirando-nos, de sopetão, os atletas que aqui estiverem, pois o Avaí já não renderá retorno aos seus investimentos? Batamos na madeira para que isso jamais aconteça, mas devemos estar preparados caso o destino nos reserve tal catástrofe.

Queiram ou não, o exemplo do Paraná serve-nos de alerta.

E você, concorda? Ou não?

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