Postado por: Rafael VE maio 04, 2009

Hoje, um dia após o título que esperamos por 11 anos, incrivelmente não falarei sobre a conquista.
Quero consternar todos os pêsames pelo falecimento da Polícia Militar de Santa Catarina como institução, segundo prima o seu brasão, sentinela e guardiã da sociedade.
Toda essa minha indignação começou há algum tempo, com as atitudes do tenente-coronel Newton Ramlow já durante o clássico Avaí x Figueirense, onde o time pelo qual ele torce foi privado de algumas gozações sadias por parte da torcida do Avaí. Pode-se dizer que, falando mais seriamente, o que ele fez foi cumprir algumas determinações da FCF quanto a entrada de faixas.
No entanto, nada justifica que este senhor julgue-se acima da lei a ponto de proibir a entrada de qualquer adereço que nos remeta ao time do seu coração: todos aqueles de cor ROSA.
Crianças foram impedidas de entrar com bonecas, vestidos rosas proibidos de entrar na Ressacada e assim foi até a poeira do incidente baixar e ninguém mais lembrar de incitá-los com apetrechos da cor. Rosa não é uma cor que a torcida do Avaí privilegia quando não está sendo usada para gozar o Figueirense. O tenente-coronel desobedeceu a lei, passou por cima de todas as determinações da FCF, e o que ele sofreu? Nada. De certo ainda tomou um cafezinho com o Eliésio rindo da nossa cara, já que de nada adiantou tanta reclamação por parte de torcida e imprensa, pois em Chapecó...

O segundo fato vergonhoso sobre a instituição, se é que ela ainda pode ser chamada assim, se revelou no jogo Chapecoense x Avaí. Torcidas em clima de jogo amistoso, somente UM incidente envolvendo um grupo de bêbados fora do estádio, e então um flagrante de despreparo e ignorância:

Não é preciso dizer muita coisa. O "torcedor" xinga alguma coisa, o policial o AGRIDE FISICAMENTE e, já bêbado, o indivíduo acerta a autoridade com uma cervejada. A reação da corporação, de sair espancando qualquer um que aparecesse pela frente foi, sem dúvidas, desproporcional. As cenas que não consegui gravar, mas de EXTREMA COVARDIA, com um grupo de policiais espancando o senhor avaiano em meio aos carros não foram diferentes de algumas que presenciamos ontem, na Ressacada:


A grande questão nisso tudo é que não importa o motivo pelo qual o cidadão apanhou tanto.

NENHUM DOS DOIS DEVERIA TER APANHADO.

Fica claro, em qualquer vídeo que você veja no youtube ou na televisão, que os 4 ou 5 policiais que participam das agressões seriam mais do que suficientes para algemar um homem. Esta é a atitude correta: algemar e levar preso o agitador. No Estado democrático em que vivemos a tortura, seja qual for o motivo, é crime. É evidente que a Polícia Militar de Santa Catarina já não faz mais questão de esconder que é uma entidade destinada a estebelecer a ordem por meio da porrada, da força bruta.
Todas as desculpas da Polícia Militar de Santa Catarina são ridículas, vergonhosas e uma mancha que não se apagará mais na imagem desta corporação falida de princípios e moral.
Não nos importa o salário que recebem, não nos importa se gostam ou não de fazer o que fazem. A função deles é, segundo os próprios: proteger a sociedade.
Você, torcedor avaiano ou não, pergunte-se com sinceridade: você se sente protegido num estádio tendo a PM por perto?
Eu, pelo menos, não. Minha primeira reação ao presenciar o princípio de uma confusão é correr. Afinal, se eu ficar ali curtindo meu futebolzinho é capaz de sobrar pra mim. Já sei que a PM vai chegar batendo em todo mundo. Inclusive em mim, no meu amigo, na criança ao meu lado.

Espero que reflitam sobre,
Abraços.

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